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Incentivos fiscais podem aumentar em 50% a geração de energia solar no Brasil, afirma estudo da BCG.



A geração de energia solar distribuída já é uma realidade no Brasil, e deve apresentar um alto crescimento nos próximos anos, devido à irradiação solar do país e dos incentivos econômicos (explícitos ou não) para usuários adotarem essa solução. Seguindo a recente revisão das regras do sistema de compensação de energia elétrica pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e com novos planos de incentivo do governo brasileiro, o The Boston Consulting Group (BCG) lançou o estudo “Geração de Energia Solar Descentralizada – Cenários e implicações para o setor no Brasil”, que aborda o potencial disruptivo da energia solar distribuída, apresentando motivos para adoção do modelo e projeções para o crescimento do segmento.


Para avaliar o futuro do desenvolvimento e penetração da geração distribuída de energia solar, o BCG criou três cenários de crescimento, considerando possíveis combinações de regulamentações e políticas de apoio ao mercado. “No cenário moderado, o nosso estudo sugere que a geração solar distribuída poderá crescer mais rápido do que o previsto pelas autoridades do setor e representará quase 5% da nova capacidade instalada no Brasil até 2024, atingindo cerca de 3GW de capacidade instalada e cobrindo cerca de aproximadamente 2% do pico de demanda”, explica Jean Le Corre, sócio sênior e diretor executivo do BCG em São Paulo.


Incentivos fiscais são cruciais para o futuro da energia solar distribuída no país. De acordo com as análises do BCG, esses estímulos são equivalentes a um desconto de 20% no custo nivelado de eletricidade a partir de fonte solar. Com isso é esperado um crescimento anual médio de 40% a 50% de geração solar distribuída, resultando em uma penetração significativa em uma década e na consolidação de um “ecossistema solar” no Brasil.


Desde que a Aneel revisou as regras do sistema de compensação de energia elétrica (net metering), em 2015, em grande parte do Brasil as fontes de energia alternativa passaram a ter custo inferior, ou igual ao preço de compra diretamente de uma concessionária de energia elétrica. Com isso, as instalações de energia solar saíram de 1.150 para quase 10.000 até abril (2017). “Mas existem fatores que podem atrasar o crescimento do mercado brasileiro, como tarifas e custos de importação no Brasil; a atual crise econômica e as altas taxas de juros, que impactam a confiança de investidores; incerteza sobre os preços futuros de eletricidade; limitação do uso máximo da energia solar e a revenda direta não permitida”, comenta Jean.


Com a promessa para clientes residenciais desfrutarem da energia solar e da redução de riscos de investimento inicial, surgem novas empresas e modelos de negócios no Brasil. “É um ecossistema que nasceu essencialmente com a premissa de que a economia continuará a ser favorável para adoção de sistemas solares e que o setor vai continuar crescendo”, explica Jean.

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